quarta-feira, 27 de maio de 2009

eles não leram O Pequeno Príncipe

Deu no noticiário que um casal pretendia adotar uma criança. Escolheu uma garota de aproximados oito anos. Chegou a passar pela avaliação do juizado, mas pulou os estágios de observação da assistência social alegando que já conhecia suficientemente a futura "cria". Oito meses depois de convivência, no momento da oficialização da adoção, desistiu. Não houve justificativa.

Como resultado do processo, a criança deve receber 15% do salário do casal até completar 18 anos. Fica assistida, mas volta ao abrigo do Estado. E passa a conviver com a culpa. Passa a questionar-se sobre os porquês de ter sido adotada e, em seguida, abandonada.

O que será que ela fez para voltar ao orfanato tão cedo? Puxou o cabelo da prima? Fez pipi na cama? Não quis completar o dever de casa? Fugiu para o quarto dos "pais" no meio da noite? Não! O motivo é outro. É aquele tal de fetichismo que tanto ouvimos dizer.

terça-feira, 26 de maio de 2009

carne e osso

Cá com meus botões, me pergunto quem é que não pode errar. E quem é que não pode ser chato. E quem é que não pode quebrar o espelho. E quem é que não pode agredir. Quem é que não pode dizer não. Quem é que não pode ouvir não. Quem é que não pode ter carne, osso, espírito e temperamento. Quem é que não pode ser, vir a ser, deixar de ser. E quem é que não pode saber. Quem?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

ciências duras

Aí, quando é fé, você nota que seu pensamento é puramente cartesiano. Não para aplicar à vida pública. Essa não. Essa até merece novos paradigmas. Mas, quando o assunto é você e o outro no embate das relações, aí não tem depende, não tem não sei. Apenas sim, não, será. O será dá a partida. O sim e o não, obviamente, decidem. E você não aceita mudanças. A linearidade é mais correta. E a correção é mais segura. E a segurança é o que importa.

Se é necessário enganar, que seja. Se é necessário ignorar, que seja. E o outro realmente não importa. Só vale a dureza de sua razão, que racionaliza, rumina, revive e, de repente, descobre que tudo não passa de besteira. Que o será da dúvida inicial era na verdade um nunca, jamais.

Por isso, não existe perdão. Não há porque cultivar o perdão. Tampouco a retomada. Não há motivos para um pensamento cartesiano mudar de idéia, "voltar atrás", reconciliar-se com o passado. Não! E é melhor assim. Tudo certo, desde sempre. O rancor que fica não some, de jeito nenhum, mas é congelado. E depois de tudo resolvido, você descobre que por incrível que pareça está melhor, mais humano.

(Amém!)