terça-feira, 24 de agosto de 2010

eleições frenéticas

Quando a gente vota, quem escolhe?

"
A importância das eleições presidenciais, com ou sem fraude, é relativa. As decisões que afetam Honduras são tomadas primeiro em Washington; a seguir, no comando militar norte-americano no Panamá; depois, no comando da base norte-americana em Palmerola, aqui em Honduras; em seguida, na Embaixada norte-americana em Tegucigalpa; em quinto lugar vem o chefe das forças armadas hondurenhas; e, apenas em sexto lugar, aparece o presidente da República. Votamos, pois, em um funcionário de sexta categoria quanto ao poder de decisão. As funções do presidente se limitam à administração da miséria e à obtenção de empréstimos norte-americanos."

Ramón Oquelí, historiador hondurenho, citado por Atílio Boron.
Em: Império & Imperialismo, p. 98.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

gonorãnça

Não sabe o que quer. Quer dizer. Se sufoca. Não se move. Não se desfaz. O fogo arde. Arte. É intenso. Convivência real. Dificuldade é também. Porque se busca. Experimenta. A duras penas, deve valer. Alguma pena. Inventa e brinca. Tal qual criança. De madura, só a cicatriz. O verbo existe. Não é implacável. O fim em si, talvez. Interpreta o poema com uma descabida e indiscreta licença poética. Que constrói rima pobre. Pobre de vida. Não quer aparecer. Quer aparecer por demais. Age. Sonha. Odeia agir e sonhar. Questiona-se. Se vira em Bernardo. São Marias.
Pirlimpsiquices. E o que se leva é a lição. Da cara, de cara, do peito, da dor, do meio riso, do tédio, do mal humor, do pensar e repensar. O que for, o é. E o doce de um único suspiro pode ser guardado. Dentro de uma Barsa. Não vá, não nos deixe tão prematuramente. Apesar de que, vontade é vontade. E qualquer que seja, melhor respeitá-la. De uma vez. O medo. É que o grito, de tão individual, tornou-se mudo. Somado à técnica, ao dizer, aos modos de ser, às repetições, ao molde, converteu-se em poder. Manjado de tudo. Não é o que se quer.

domingo, 22 de agosto de 2010

fogo, ar, terra, água... fogo

Pés e picadas de mosquito: combinam.
Rostos marcados pelo vento
fortemente frio.

Terra debaixo das unhas.
Sol rachando as nucas. Omni congelante.
Ossos resistentes.

Cheiro de mel nas flores.
Bem menos que da outra vez.
Pássaros anunciando o fogo no pé da serra. Animais em polvorosa.



Fogo ardente também entre as pessoas
Marcas de convivência.
Respirar fundo.

Folhagem seca
Se desfaz, poeira...

E o mais forte se transforma
Adubo.
Depois, fotossíntese.

Alma se lava com Cerrado.