quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"não mais existe..."

O fato de a grande maioria da população aceitar e ser levada a aceitar essa sociedade não a torna menos irracional e menos repreensível
(Herbert Marcuse, 1964)







Abstrair esse fato equivale, na prática, a negar a existência histórica das classes sociais e da própria luta de classes - o que já é por si só o mais claro indício de como interesses e posições de classe podem coagir, ideologicamente, as formas da consciência...
(Rodrigo Dantas, 2008)




Foto: Urbano Erbiste, repórter fotográfico.
Retirada sem permissão do site: http://urbanoerbiste.blogspot.com/ Copyleft!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

surdomudez (mudando de prosa)

O que seria de nós, que endossamos a pouco criativa "opinião publicada", sem os fatos agendados, o espetáculo e a matança para comentar?

Referendamos a nossa própria "pseudoatividade" nos espaços da rede – que “devem ser” para o debate livre, desde que não haja debate, de fato.

?

estar no mundo, uma resposta

Sempre que eu assumo, “estou em crise”, vem me consolar alguma pessoa muito preocupada e carinhosa. Que bom, querem meu bem, certo?! Pois então lhes digo, sob pena de parecer ingrata ou orgulhosa: não é o caso de necessitar consolo - uma vez que o consolo é penoso e paliativo enquanto a crise é permanente e, quiçá, libertadora.

A crise é estar no mundo, simplesmente.

E digo mais, sob pena de parecer arrogante: por trás do consolo bem intencionado, pode estar camuflado um temperamento totalitário, daqueles que sequer aceita os próprios dramas (quanto mais o dos outros).

Me perdoem!

Se o ser humano não se dá ao luxo de viver uma crise, parabéns, alcançou a “maturidade”! Sorri e segue em frente. Talvez um dia eu consiga. No entanto, se não se vive a divisão do “parto” (o professor Joel Ulhôa me ensinou que krísis, do grego, também quer dizer “parto”), não renasce mais, não se revê. Está certo (a) de tudo. Deixou de compreender os inconformados; tem pena dos que se sensibilizam. Esse ser, não aceitando estar à deriva, protegeu-se forçosamente dentro do grande peixe, como um Jonas bíblico.

Também lamento, mas não consolo.