segunda-feira, 16 de novembro de 2009

a arte na era de sua reprodutibilidade técnica


Alguém que toca violão e que quis cantar Céu. Gostei. Sobre o amor e seu trabalho silencioso. É livre de purismos. É o que o cara é. É um fã ou um aspirante querendo soltar os dedos nas cordas do violão. Na casa dele, de bermudão. Ele mesmo liga e desliga a webcam. Ele mesmo erra a letra, afina e desafina. Ele recria e refaz. Para aparecer ou para dizer. E a arte está aí para isso, para ser de todos, da forma como se inspira e se acha que deve. E a comunicação também está aí para isso: para que eu goste exatamente de qualquer coisa, mera invenção. Para que todos sejamos público e produção. Para que não haja mais tanta separação entre o que é arte e o que é cultura. Entre o que é de todos e de um só.

alguém me empresta outro poeta?



Abel Silva outra vez




Minha casa está calma

eu é que sou turbulento,
o país navega, dizem,
eu é que me arrebento
eu é que sempre invento
toda esta ventania
eu é que não me contento
com o rumo da romaria

não sei se a sorte é cega
ou eu que vivo a teimar:
sei que eu sou o barco
o marinheiro e o mar.