segunda-feira, 12 de julho de 2010

em julho...

... as pessoas vão se banhar nas águas geladas do cerrado; o cheiro das queimadas entope os narizes mais sensíveis; à noite, a neblina seca transforma a cidade vazia em cenário de filme noir; o céu estampa seu mais estarrecedor azul; o "Meu" sobe o preço do biscoito frito; o "paioso" Piracanjuba deveria estar seco; e o silêncio me visita.

É este o mês da revisão, da virada, da revoada e do cansaço. Das ararinhas namorando a jabuticabeira - que ainda nem deu flor. Da calmaria entre o tempo e o espaço, em uma manhã que faz abrir mais tarde a flor da roseira. De pouca confusão. De ônibus vazios. Da pitombeira ensaiando um morre-não-morre. De um espírito aplacado pela conformidade. De um leve arrependimento por tanto desengano nessa vida. O resto é silêncio, diria Érico.

(...)

Devo ter lido o Almanaque do Pensamento ainda muito jovem. Fiquei impressionada!