sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

pós-ontem (transcrição não literal)

As pessoas há muito estavam naquela toada de cerveja, cigarro, pizza, batata frita, música, risada e papo furado. Fui a última a chegar, nove da noite. Muita gente não aguentou a movimentação desde, sei lá, meio dia, duas da tarde, dez da manhã, algo assim, e foi dormir. Outras pessoas resistiam bravamente.

De repente, na maior falta de assunto, quando todos os vídeos do YouTube perderam a graça, a conversa foi parar na frustrante Academia, com todo aquele arsenal da teoria social e da teoria crítica que há muito tentamos digerir (e não sei se conseguimos, de fato, evacuar). E autor tal e tal e tal. Chato, né? Muita gente calada, pois é claro que o papo é chato. Alguns em fase de angústia falando muito, falando até do que não estavam seguros pra falar. É assim mesmo, fim de festa (e ainda com estudantes!).

Daí a Ana Lúcia pergunta: se tivesse uma revolução hoje, quem lutaria?

(silêncio.)

Ela segue: então, gente, quem lutaria?

(silêncio.)

Ana: Estão vendo? Todo mundo culpa o capital. Todo mundo na verdade é pós...

(obs.: ela não falou exatamente com essas palavras, mas escrevo da forma como me lembro)

Pós o quê? - ficou a pergunta no ar.

Pois é, Ana, de ontem para hoje estive pensando, fazendo a mea culpa pelo pedantismo de sempre... Somos todos pós mesmo. Mas nem pós-modernos e nem pós-coloniais. Imagina! Somos pós-adolescentes.