domingo, 13 de setembro de 2009

vai, vento!

Vai, vento, assopra! Segue seu rumo, assovia, percorre os sentidos, os caminhos escondidos e as trilhas atalhadas. Vai, vento, vai! Seus desejos vão voando, com seu grito em revoada, muda a vida de quem segue, inspira os olhos de quem sente.

Vai, vento, gira! Seu barulho em encruzilhada dá sinais silenciosos de que a vida que persegue está lá bem adiante.

Vai, voa, corre! Longe, livre, belo e invisível. Vai e fala o que me espera, dando notícias bem de longe. Chega do Oeste com a incerteza de que amanhã estará no Norte. Sem sentido e sem razão, segue em frente a acompanhar a passarada que passou do topo ao pé do morro alto.


Vai, perpassa, vento, os riscos! Os riscos que a alvorada oferece, em respingos, úmida, na folhagem e no jasmim. Vai levar o cheiro e as cores, a luz e os ruídos de quem nasce, de quem chega, de quem parte e de quem volta. Vai e voa para onde quiser, para onde o conduzirem, para onde estivermos todos. Para sempre, para nunca mais.

Vai e desperta, vento, as tramas tais, alegorias infinitas que pelos seus braços são levadas! Reúne as histórias das pessoas, vento, com o gosto doce de seu sopro. Amores, dores, decepções e descobertas: junta tudo, depois espalha e lança mão do que o espera.

Vai, vento, vai, ser feliz longe de mim!